DESENVOLVIMENTO
Um verão para crescer
Passar o dia com os pais ao ar livre e experimentar situações e circunstâncias diferentes constitui uma ocasião formidável para o desenvolvimento da criança, que ganha mais confiança e conhecimento de si própria.
De férias, mas numa “escola” de autonomia. Talvez pareça um contrassenso, mas, é precisamente durante as férias que o tempo se alonga e deixamos de nos sentir prisioneiros da rotina e das pressas, pelo que é o melhor momento para ensinar os nossos filhos a serem mais independentes. As férias de verão representam a ocasião ideal para oferecer tempo e liberdade às crianças, incluindo aos mais pequenos, e para os incentivar a viver novas experiências, sempre sob o olhar atento dos pais. Não se trata apenas de estimular as crianças para que adquiram novas capacidades práticas, mas sim, também, de as ajudar no sentido de ganharem uma maior autonomia psicológica. Para que isto aconteça é fundamental que o pai e a mãe se sintam capazes de lhes transmitir segurança.
UMA VIGILÂNCIA ESPECIAL
O primeiro estímulo para a conquista de uma maior autonomia é o de deixar que a criança permaneça ao ar livre o maior tempo possível. O que se traduz em muitas vantagens, incluindo o aspeto psicológico: as crianças são curiosas, adoram olhar à sua volta, descobrir o ambiente que as rodeia, conhecer novas crianças e, sobretudo, brincar.
• Brincar é, principalmente, criatividade e iniciativa, e precisamente por esta razão constitui um incentivo fantástico ao desenvolvimento da autonomia. Durante as férias as crianças podem distanciar-se alguns metros dos adultos para brincar com pás e baldes ou para explorar e descobrir o ambiente à sua volta. Em ocasiões como esta, pode deixá-las mais à rédea solta, desde que lhe dê indicações muito concretas.
• Pode ser útil traçar juntamente com o seu filho os limites nos quais deve permanecer e pedir-lhe que não os ultrapasse. Por exemplo: pode desenhar um círculo na areia com o pé, ou, se estiver na montanha, fazer uma pequena cerca na erva utilizando folhas e raminhos. Além disso, pode sempre explorar o ambiente com a criança e assinalar-lhe os sítios mais perigosos, como um caminho irregular, ou os desníveis nas margens de um rio, por onde pode cair.
• Deste modo, a criança habitua-se a verificar as situações por ela própria e aprende a prever as consequências do seu comportamento. A possibilidade de controlar os acontecimentos, e, se for possível, de os condicionar, oferece à criança uma sensação de força e de “poder” que enriquece as suas autoestima e autonomia. Pelo contrário, se lhe são impostas mil proibições e nos mostramos continuamente apreensivos, repetindo frases como: “Cuidado porque te podes magoar”, a criança aprenderá que o mundo é um lugar cheio de perigos.
• A facilidade com que uma criança conquista a autonomia depende muito da atitude mais ou menos protetora dos adultos. Se os pais pensam que a criança irá sempre necessitar de ajuda, ela crescerá com pouca confiança em si própria. A ideia de que sozinha não se pode desenvencilhar também pode ser transmitida por outras vias, como por exemplo, ao pretender que faça coisas que requerem demasiado esforço para a sua idade ou intervindo em sua defesa de cada vez que discute com outra criança.
O BOM TEMPO PODE AJUDAR A DIZER ADEUS À FRALDA
Para habituar a criança ao bacio é preciso começar num momento calmo. O verão é uma estação que favorece estas condições, já que o calor é um bom pretexto para a habituar a estar sem fralda durante o dia. Nas primeiras vezes, é natural que ela não aceite o bacio ou que apenas permaneça aí sentada durante alguns segundos e depois “fuja” rapidamente. Tudo isto é normal; para ela o bacio representa uma grande novidade e pode inclusive meter-lhe medo. O melhor é não insistir e não mostrar deceção para evitar transmitir-lhe insegurança.
PEQUENOS ARTISTAS
A procura, a descoberta, a curiosidade e a aventura são os principais ingredientes das férias de uma criança. Como pode ajudá-la a fazer estas conquistas e a torná-las suas? A melhor forma de o conseguir é, juntamente com ela, observar os pequenos tesouros que vai juntando nas suas explorações.
• Conchas, areia, pedras, raminhos ou flores são o fruto das suas expedições: um “troféu” que merece ser apreciado e valorizado. Com estes “fragmentos de mundo” podem, mais tarde, elaborar composições muito criativas. Basta ter à mão cola, papel ou cartolina, e até lápis de cor e marcadores. Deste modo, o seu filho reelabora as experiências vividas e sente-se com força para explorar o mundo. Por esta razão, na praia, irá procurar a concha que lhe falta ou, ao passear pela montanha, descobrirá que necessita precisamente daquela “pinha” para terminar a sua obra.
• Normalmente, estes objetos são guardados e levados para casa no fim das férias, e as criações que fizerem juntos convertem-se em recordações valiosas, tanto para pendurar no quarto como para oferecer aos avós.
ALGUMAS DICAS DE TREINO
Durante as férias, as crianças podem conquistar os primeiros passos da sua autonomia a partir dos dois anos e meio. Podem, por exemplo, lavar a cara e os dentes sozinhos, pentear-se, vestir-se ou calçar as sandálias.
• Para facilitar estas tarefas é preferível usar calças e saias com elástico na cintura e sapatos com velcro.
• O melhor sistema é pôr-se atrás da criança, de modo a que as suas mãos possam pegar e guiar as dela. Assim terá a sensação de fazer as coisas praticamente sozinha e sentir-se-á motivada para tentar outra vez.
• Esta ação, que os adultos efetuam de modo automático, deve ser ensinada à criança como uma sequência de pequenos movimentos, para que aprenda a reproduzi-los corretamente. Mais tarde, apenas terá de ajudar um pouco o seu filho, permanecendo ao seu lado para o incentivar e indicar-lhe os movimentos que tem de realizar.
AMAMENTAÇÃO Fármacos & amamentação Se a nova mamã necessita tomar medicação deve saber que pode tomar alguns medicamentos mesmo estando a dar o peito, mas sempre sob prescrição médica. Durante a amamentação, pode suceder que a mãe necessite tomar algum medicamento, normalmente destinado a curar um mal-estar passageiro, como uma constipação, uma infeção ou uma bronquite. Noutros casos, o medicamento pode ser preciso para controlar uma doença crónica como a diabetes, por exemplo. Tal não se traduz automaticamente em contraindicação para amamentar: quando se dá o peito é melhor evitar o abuso, mas alguns medicamentos podem se tomados com absoluta tranquilidade, sempre e quando se consulte o médico antes de o fazer. EM QUE QUANTIDADE PASSAM PARA O LEITE? • Os fármacos verdadeiramente incompatíveis com a amamentação são muito poucos. No entanto, isto não significa que os medicamentos se possam tomar de ânimo leve ou sem ler a bula. Por vezes, mesmo um medicamento “banal” pode reservar algumas surpresas, como o caso da aspirina: a quantidade de ácido acetilsalicílico que passa para o leite é mínima, mas pode provocar a síndrome de Reye no bebé. Este é um quadro clínico extremamente raro, que se manifesta com enjoos, vómitos incontroláveis e sintomas neurológicos como confusão, sonolência e prostração. Também se caracteriza por alterações muito graves a nível do fígado. QUAIS AS PRECAUÇÕES NECESSÁRIAS TRÊS COISAS A EVITAR COMO AGIR EM CASO DE DÚVIDA? USO MODERADO E RESPONSÁVEL SE A MÃE SOFRE UMA DOENÇA CRÓNICA
• A maioria dos fármacos passa para o leite, mas, o princípio ativo que aí se concentra equivale a 1-2% da dose do medicamento tomado pela mãe. Por outro lado, nem todos os medicamentos que se diluem no leite são mais tarde absorvidos pelo intestino do bebé. O resultado? Quando a mãe toma medicamentos, a quantidade que chega ao bebé é mínima, e, geralmente, não põe em risco o seu bem-estar e não implica a suspensão da amamentação.
• Tomar os medicamentos imediatamente após amamentar: antes de dar o peito novamente já terão passado várias horas e o seu organismo já terá podido metabolizar e eliminar, em grande parte, os princípios ativos.
• Consultar sempre o seu médico antes de tomar um medicamento, mesmo que este não necessite de receita médica.
• Cumprir as doses e os horários estabelecidos na posologia.
• Efetuar os tratamentos prescritos seguindo à risca as indicações do médico.
• Se segue um tratamento para doenças crónicas é necessário avaliar, juntamente com o médico, se o tratamento deve ser modificado para que possa continuar a amamentação. Muitas vezes é possível manter ambas as coisas: dar o peito e tomar o medicamento, no entanto, ocasionalmente, é preciso substituir o principio ativo para que este proporcione a mesma eficácia sendo mais seguro para a amamentação.
• Não tomar comprimidos por tudo e por nada; se o problema é leve, normalmente resolve-se por si só ou pode recorrer a um remédio mais “natural”. Por exemplo a dor de cabeça pode desaparecer se se deitar num sítio pouco iluminado e silencioso.
• Não reduzir ou suspender por iniciativa própria os tratamentos prescritos pelo médico, por receio de que possam prejudicar o bebé, principalmente se se tratar de antibióticos, já que corre o risco de criar resistência, ou seja; o fármaco pode ser ineficaz ao enfrentar os gérmenes que deveria eliminar.
• Não dar preferência aos produtos naturais pensando que são totalmente seguros e inócuos: mesmo as ervas contêm princípios ativos e podem afetar a criança.
Precisa de tomar medicamentos e tem dúvidas? Não consegue contactar com o seu médico para que lhe confirme se aquilo que prescreveu pode provocar problemas ao bebé?
Em qualquer Centro de Saúde ou através da Linha Saúde 24 encontrará sempre profissionais disponíveis a auxiliá-la.
Qual é a atitude mais correta ao tomar medicamentos durante a amamentação? Não eliminar totalmente o seu uso, nem tomá-los de ânimo leve.
• Para aliviar dores de diferentes origens durante a gravidez, o melhor é recorrer a anti-inflamatórios não esteroides, que passam para o leite em quantidade muito reduzida.
• Em caso de obstipação, o melhor é recorrer a preparados mais suaves (à base de lactulose, óleo de parafina, óleo de vaselina, sementes de zaragatoa) que não alteram a produção de leite materno.
• Por último, se tiver febre ou uma pequena constipação é preferível recorrer a substâncias à base de paracetamol: são eficazes e sem consequências para o bebé.
Ao ser necessário tomar medicamentos, o maior medo da nova mãe surge quando tem de se submeter a um tratamento prolongado para tratar um problema crónico como a diabetes, doenças da tiroide e hipertensão.
• No entanto, também neste caso, não se deve preocupar antes de tempo, porque nem todos os fármacos considerados “importantes” são incompatíveis com a amamentação.
• Por exemplo, os tratamentos à base de tiroxina usados no hipertiroidismo, ou a insulina para a diabetes, podem ser tomados sem preocupação, já que os primeiros não prejudicam o bebé, e a insulina é eliminada no estômago dele.
• Com um rigoroso controle médico, também se podem tomar antidepressivos de última geração ou fármacos para o hipertiroidismo à base de metimazol. Por outro lado, também não existe nenhuma contraindicação relativamente à maioria dos antibióticos.
PERGUNTA SOBRE… Eritema solar O eritema solar é uma inflamação produzida por uma exposição solar excessiva. Para o prevenir é necessário apanhar sol com proteção e sempre dentro das horas adequadas. 1– Como se manifesta? 2 – Como prevenir? 3– O que fazer nestes casos?
A pele das crianças absorve os raios solares em maior quantidade do que a pele dos adultos porque o seu processo de produção de melanina (o pigmento que protege a pele) é mais lento do que nos adultos. Também, porque a camada córnea, que atua como barreira contra os agentes externos, é mais fina. Quando este problema se manifesta em forma de manchas vermelhas acompanhadas de forte comichão, estamos perante uma queimadura de primeiro grau, o típico eritema solar. Se aparecem bolhas com líquido, juntamente com dor e irritação, trata-se de uma queimadura de segundo grau. O eritema solar pode distinguir-se esticando a pele entre dois dedos, se ficar esbranquiçada existe um eritema.
A criança deve apanhar sol entre as 7h e as 11h da manhã, e depois a partir das 16h. É imprescindível usar um protetor solar de índice elevado, e aplicá-lo à volta dos olhos, nas pálpebras, nas orelhas, nariz e lábios.
Permanecer debaixo de um guarda-sol não garante uma proteção total contra os raios ultravioleta, e o mesmo acontece quando o céu está encoberto, já que as nuvens deixam passar até 80% dos raios.
A vermelhidão pode solucionar-se com a aplicação de compressas de água fria e bicarbonato ou, então, com um bom produto after sun. Não deve furar as bolhas nem aplicar remédios caseiros, mas sim deixar que sequem de modo natural. Se aparecerem grandes zonas com bolhas ou a criança apresentar sintomas de golpe de calor, deve procurar o médico. Normalmente, no primeiro caso, aplicam-se gazes medicadas que limitam o risco de infeções e facilitam a regeneração da pele.
NUTRIÇÃO As frutas do sol Fresca, doce e aromática, a fruta típica do verão é uma verdadeira festa de sabores e cores, capaz de seduzir até os paladares mais difíceis. Para além de que a fruta é um autêntico tesouro para a saúde. MIRTILOS
—————————- MORANGO
—————————- FRAMBOESA
—————————- PÊSSEGO
—————————- AMEIXA
—————————- CEREJA
—————————- ALPERCE
—————————- MELÃO
—————————- MELANCIA
OBRIGADO POR LER
A cor escura desta fruta silvestre deve-se à presença de antocianinas, pigmentos que exercem uma ação positiva no organismo, uma vez que melhoram a sensibilidade da retina e contribuem para aliviar problemas de circulação (varizes, fragilidade capilar, hemorroides, etc.). Durante o verão, é fácil encontrar mirtilos frescos e o seu sumo é outra opção muito apetitosa e refrescante.
O morango contém mais vitamina C do que a laranja. Contém também ácido elágico, uma substância que desempenha uma função antitumoral e realiza uma importante atividade antibacteriana e antiviral. No entanto, algumas crianças, geralmente as mais pequenas, podem manifestar alergia a esta fruta. Ao comprar morangos, escolha-os carnudos, vermelho-brilhante e com o pé bem verde.
Contém muita fibra e uma boa quantidade de sais minerais. Graças à elevada presença de antocianinas na sua pele considera-se que esta fruta é um eficaz anti-inflamatório e protetor dos capilares sanguíneos. Pelo seu conteúdo em ácido salicílico (que também se encontra na aspirina) esta fruta serve para ajudar a combater a febre e a gripe. Tenha cuidado ao armazená-las, as framboesas são muito delicadas e esmagam-se com facilidade.
O pêssego possui um elevado conteúdo em água, o que o transforma numa das frutas mais refrescantes. A sua ligeira acidez confere-lhe propriedades estimulantes das secreções gástricas, o que facilita a sua digestão. Também possui uma correta proporção de vitaminas e sais minerais. São preferíveis os mais pequenos e de polpa amarela, já que têm mais vitamina A.
Contém uma boa quantidade de açúcares, fibra, muita água e zero gorduras, como tal, é uma fruta extremamente tonificante e depurativa. As suas maiores virtudes para a saúde resultam de uma elevada quantidade de pigmentos antioxidantes e da capacidade de funcionar como regulador das funções intestinais. As mais saudáveis são as ameixas vermelhas, que devem ser maduras, sumarentas e de polpa mole, pois são mais digestivas.
Contém vitamina A, B e C em abundância, e também uma boa quantidade de flavonoides, úteis no combate aos radicais livres. Os seus abundantes ácidos orgânicos contribuem para manter o equilíbrio ácido-base no interior do corpo. Para garantir a sua qualidade, as cerejas devem ser duras, estar inteiras, ter um aspeto fresco e estar limpas. Também devem conservar o caule.
Tem um elevado conteúdo em vitamina A, em forma de betacaroteno, ideal para proteger a pele dos raios solares e favorecer um bronzeado natural. Esta fruta possui muito potássio e é considerada uma boa forma de remineralizar o organismo e combater o cansaço. Os alperces mais nutritivos têm uma polpa sumarenta, não farinhenta e os seus caroços separam-se facilmente.
O seu grande conteúdo em potássio (mais do que a banana) torna-o num bom tonificante muscular e ajuda a remineralizar o organismo. Além disso, melão é rico em vitamina A, B e C, e fornece adenosina, um composto que contribui para manter a fluidez do sangue. As melhores variedades são aquelas que têm polpa amarela, como o melão cantaloupe, que é mais doce e tem mais vitaminas do que o de polpa branca.
A melancia contém cerca de 95% de água, como tal é uma das frutas mais refrescantes. Apesar do seu doce sabor, tem um baixo teor de açúcar (menos de 4g por cada 100g de fruta) e é pouco calórica. Possui uma elevada quantidade de citrulina, um aminoácido útil na divisão celular, na cicatrização das feridas e na eliminação de amónio do organismo.
O MEU BEBÉ
Irá receber o seguinte número da revista
na próxima semana
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